A arte abstrata ou abstracionismo é geralmente entendido como uma forma de arte (especialmente nas artes visuais) que não representa objetos próprios da nossa realidade concreta exterior. Ao invés disso, usa as relações formais entre cores, linhas e superfícies para compor a realidade da obra, de uma maneira “não representacional”. Surge a partir das experiências das vanguardas europeias, que recusam a herança renascentista das academias de arte, em outras palavras, a estética greco-romana. A expressão também pode ser usada para se referir especificamente à arte produzida no início do século XX por determinados movimentos e escolas que genericamente encaixam-se na arte moderna. Antes que os artistas atingissem a abstração absoluta, o termo também foi usado para se referir a escolas como o cubismo e o futurismo que, ainda que fossem representativas e figurativas, buscavam sintetizar os elementos da realidade natural, resultando em obras que fugiam à simples imitação daquilo que era “concreto”.
Arte Abstrata no Brasil
No Brasil, a arte abstrata ganhou força a partir da I Bienal de São Paulo (1951). Entre os artistas brasileiros de arte abstrata, podemos destacar:
1. Antônio Bandeira, 1922-1967 , Fortaleza, Ceará.
Renomado mestre da pintura abstrata brasileira – e também mestre das aquarelas -, viveu grande parte de sua vida na França. Conviveu com os pintores da tradicional École de Paris, integrando-se a eles plenamente até seu retorno ao Brasil em 1960.
2. Ivan Serpa, 1923-1973, Rio de Janeiro.
3. Iberê Camargo, 1914 – 1994, Restinga Seca, Rio Grande do Sul.
Embora Camargo tenha estudado com figuras marcantes representativas de variadas correntes estéticas e formas de vista, não se pode afirmar que tenha se filiado a alguma. Suas obras estiveram presentes, e sempre reapresentadas, em grandes exposições pelo mundo inteiro, como na Bienal de São Paulo e na Bienal de Veneza. Iberê Camargo foi uma grande referencia para a arte gaúcha e brasileira em geral.
O pintor matou a tiros o engenheiro Sérgio Alexandre Esteves Areal, de 32 anos. Uma versão diz que o homem discutia com uma mulher quando Camargo se intrometeu. Após uma luta, o pintor teria atirado no engenheiro. Segundo a Fundação Iberê Camargo, ele passou um mês preso e foi absolvido por legítima defesa. Ao ser absolvido, em 1982, ele volta a viver em Porto Alegre. A pintura que começa a fazer depois ganha tom dramático. A princípio, insere figuras humanas que convivem, em grandes telas, com signos mais corriqueiros de sua obra. Ele se retrata em meio a carretéis e cubos.
4. Manabu Mabe, 1924-1997, Kumamoto.
5. Waldemar Cordeiro, 1925-1973, Roma, Itália.
Seus elementos eram baseados na teoria da Gestalt e no Neoplasticismo, e como era contrário à arte figurativa, promoveu o abstracionismo e foi um dos fundadores e teóricos do Concretismo no Brasil em 1956.
6. Lígia Clarck, 1920-1988,, Belo Horizonte, Minas Gerais.
Fez parte do neoconcretismo e a partir da década de 1960, começou a trocar a pintura pela experiência com objetos tridimensionais, e um exemplo disso é a série Bichos, onde o espectador ajuda na exposição. Após ir para a Europa, seu trabalho passou a focar em expressões corporais. Suas obras lhe renderam reconhecimento internacional a partir de 1980.
7. Hélio Oiticica, 1937-1980, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
Por: Paulo Varella