Aimportância dos acervos artísticos dos museus é inquestionável, representa o percurso dessas instituições em preservar a memória cultural de uma nação. A recente perda do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista é uma tragédia sem precedentes, uma vergonha, o acervo era valiosíssimo comparado ao Smithsonian (EUA) e ao Louvre (França), o fogo destruiu noventa por cento do acervo, resultado da falta de estrutura, do descaso de uma sociedade, um alerta doloroso.
Evidenciando a necessidade salutar do intercâmbio de obras entre os museus, acontece na Pinacoteca do Estado a exposição Coleções em Diálogo: Museu Histórico Nacional e Pinacoteca do Estado propondo olhares reveladores dos acervos pertencentes a ambas instituições.

Coleções em Diálogo

Dividida em quatro núcleos: “Arte Colonial”, “Pintura e História”, “Paisagens de Guerra” e “Arte e Patrimônio”, a mostra com curadoria de Valeria Piccoli da Pinacoteca e de Paulo Knauss, diretor do Museu Histórico Nacional, reúne pinturas, desenhos e documentos raros, grande parte inéditos.
Percorrendo os grandiosos espaços da Pinacoteca o visitante poderá apreciar notáveis trabalhos de diversos artistas do século 18 e 19 como a série de pinturas do italiano Edoardo de Martino (1836-1912), que se destacam pelos efeitos primorosos de um cromatismo que realça uma luz natural, tanto na dramaticidade de uma cena de batalha da Guerra do Paraguai com na bela paisagem da Praia de Botafogo.
Em uma das salas, a maquete do Monumento ao General Osório de Rodolpho Bernardelli, (1852-1931) mexicano, naturalizado brasileiro, atrai os olhares dos visitantes pela sua importância histórica e pela perfeita execução, um primor. Atualmente o Monumento se encontra na Praça XV, no centro do Rio.

Museu Histórico Nacional

Um dos belos destaques é a tela “Descobrimento da América” (1820) de autoria de Johann Moritz Rugendas (1802 -1858), artista alemão que se aventurou pelo Brasil colhendo imagens excepcionais. Além de uma série de desenhos de Rugendas o seu passaporte está exposto juntamente com outros documentos históricos.
O estudo para a coroação de D. Pedro II (década de 1840) de Araújo Porto Alegre é extremamente revelador de sua concepção pictórica como acontece com o estudo de Paisagem do Chaco (1870) de Pedro Américo (1843-1905), cuja tela finalizada em grande formato se encontra no MHN.

Museu Histórico Nacional

Outras obras que cativam a sensibilidade dos apreciadores são de autoria de mestres como Gustavo Dall’Ara, João Baptista da Costa, Leandro Joaquim, Miguelzinho Dutra, Paulo Vergueiro Lopes de Leão, Arnaud Pallière, Frei Agostinho de Jesus entre tantos valores.
Deve-se frisar que o Museu Histórico Nacional, situado na Praça Marechal Âncora, no Centro do Rio de Janeiro, é considerado o mais importante na área de história do país, reúne um acervo dos mais expressivos com 258 mil itens entre obras, objetos, documentos e livros com uma estrutura que estimula a pesquisa e a difusão do conhecimento.
A área de acesso ao público de aproximadamente 9.000m2 distribuídos em galerias de mostras de longa duração e temporária, além de biblioteca focada em História do Brasil, História da Arte, Museologia e Moda. O Arquivo Histórico acolhe documentos raros, aquarelas, ilustrações e fotografias de grandes mestres como Juan Gutierrez, Marc Ferrez e Augusto Malta.
A série Coleções em Diálogo segue a sua linha de confrontar os acervos, possibilitando amplas leituras e reflexões. Anteriormente foram realizadas mostras com os acervos do Museu Mariano Procópio (Juiz de Fora, MG), do Museu Paulista da USP e do Museu Nacional de Soares dos Reis (Porto, Portugal).
Matéria retirada o site Arteref.

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