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Como preservar uma obra de arte

Como preservar uma obra de arte

Como curadores e colecionadores preservam uma obra de arte e a preserva para o futuro? A conservação de coleções é uma obra de arte em si. Existe um desafio contínuo enfrentado por museus e galerias: como preservar uma obra de arte e protegê-la ao mesmo tempo. 

Galeristas, curadores e conservadores estão muito bem cientes dos riscos, que podem ser acidentais ou deliberados. Então, o que podemos aprender com isso e o que poderia ser feito de forma diferente?


1. Protegendo a arte 

Estar diante de uma obra de arte, como o artista poderia ter feito, é participar de um grande paradoxo. A devastação do tempo não espera por ninguém, muito menos pela expressão criativa feita pelo homem. Exibir arte é contribuir para o seu desaparecimento, simples assim. 

Os conservacionistas modernos desejam aderir a um protocolo de reversibilidade, o que significa que qualquer tipo de estudo, preservação ou reparo de uma peça nunca deve ser permanente. Séculos de pesquisas e avanços tecnológicos tornaram isso mais fácil do que nunca. As galerias contam com métodos que vão desde isolar a área de exibição até o uso de caixas climatizadas (e às vezes à prova de balas) e iluminação especial. 


2. Prevenção de incêndios

O fogo não é uma ameaça para museus e galerias. Medidas são tomadas tanto internamente quanto externamente para reduzir os riscos associados ao calor extremo, fumaça e água ou produtos químicos usados ​​para apagar a propagação do fogo. 

Galerias e museus em regiões que passam por muitos incêndios florestais começam a tomar suas precauções do lado de fora. Diferentes galerias e museus “contrataram” rebanhos de cabras para se alimentarem dos arbustos ao redor.  Alguns lugares também apresentam paredes de concreto armado revestidas com travertino resistente ao fogo. 

O sistema de ventilação de galerias também costuma impedir a entrada de fumaça ou bombear para fora. Além disso, os sistemas de sprinklers direcionados geralmente são recursos imprescindíveis.



3. Formas de proteção contra humanos

Os humanos, por natureza, são muito curiosos. Sempre queremos nos aproximar e tocar coisas que os sinais nos dizem para não fazer. Também respiramos ar e precisamos de luz para ver – duas grandes ameaças à manutenção da integridade de uma peça. 

a) Controle de temperatura: Muitas obras de arte estão contidas em caixas de vidro especiais com controle de temperatura, protegendo-as de temperaturas extremas e da umidade do ar, grande parte da qual é um subproduto da respiração. 

b) Inventário: Um levantamento das obras é importante para manter o controle do que está na galeria e no que está em turnê, mantendo a coleção protegida contra perdas. 

c) Vidro: Painéis de vidro de galeria montados na frente de itens como pinturas e desenhos fornecem proteção óbvia contra dedos sujos. O vidro também é especialmente tratado para proteger dos raios ultravioleta prejudiciais. 

Alguns museus e galerias optam por dar às suas janelas o mesmo tratamento; os especialistas podem detectar danos à luz do sol depois de apenas um dia de exposição.

d) Corda: As barreiras de corda representam o método mais fácil de como as galerias podem preservar uma obra de arte dos curiosos que gostam de se aproximar demais.

e) Sensores: Em outros casos, as instituições instalam sensores sensíveis de vibração ou sísmicos que detectam o toque e emitem um bipe de alerta quando um visitante se aproxima muito. Sistemas de detecção de movimento de alta tecnologia ajudam a manter as obras seguras durante o horário de fechamento do estabelecimento.

f) Iluminação: Infelizmente, qualquer tipo de iluminação é ruim para pinturas e outros trabalhos que contenham pigmentos ou outros elementos delicados. Antes da invenção da iluminação LED, os museus usavam filtros em suas lâmpadas incandescentes para evitar danos UV. 

A desvantagem? O LED não fornece a mesma qualidade de luz quente sob a qual a maioria das obras clássicas foram criadas. Mais uma vez, os conservadores devem usar um tipo de filtro – desta vez ajustando os metais de fósforo nos próprios LEDs – para obter a cor certa.


4. Prevenção contra inundações 

Pensando em galerias que se situam em zonas de alagamento ou, então, galerias subterrâneas, é preciso se preocupar em como preservar uma obra de arte contra possíveis inundações. 

A forma mais eficiente, até então, é a criação uma comporta automática que impede a água de chegar à parte interna da instituição e uma série de cisternas que coletam e armazenam a água da chuva.


5. Verificações das condições das obras

A missão principal de um conservador é a de cuidar e preservar uma obra de arte. A verificação da condição é uma parte regular dos deveres de um conservador e a chave para compreender a condição e a história das obras de arte antes de serem adquiridas, conservadas, exibidas ou emprestadas. 

Restaurador usando um bisturi para remover uma imperfeição pictórica na superfície da pintura.

A avaliação é essencial, pois muitos aspectos da condição de uma obra de arte só podem ser vistos com um exame cuidadoso. Os conservadores usam uma variedade de ferramentas especializadas e várias fontes de luz para ver detalhes não facilmente visíveis para o observador casual, como perda de tinta, danos por insetos e áreas de instabilidade. É crucial identificar mudanças ou novos problemas de condição o mais rápido possível, a fim de minimizar o risco de danos potenciais. 


6. Arte em movimento: eficaz ou não?

Por que não apenas mover peças de arte quando ocorre um desastre? Muitos museus e galerias começaram a aderir essa ideia. Um dos motivos é que as ameaças estão aumentando em frequência e gravidade, devido às mudanças climáticas. 

Entretanto, a arte em movimento pode causar mais danos do que benefícios, expondo-a aos próprios elementos dos quais os museus trabalharam para protegê-la. 

Outro risco associado à arte em movimento? Perda ou roubo em trânsito. Em 2006, ladrões roubaram “Children with a Cart”, uma pintura de Francisco de Goya destinada ao Guggenheim, de um caminhão de entrega estacionado durante a noite.


7. Armazenar arte é necessário!

Galerias de arte e museus mantêm obras armazenadas o tempo todo. Enquanto uma das razões é porque eles querem substituir essas obras por novas peças, outra é que isso é realmente feito por causa da obra de arte. Estar em exibição por longos períodos de tempo pode ser muito prejudicial para a obra.

A pintura começa a rachar e desbotar, enquanto a moldura começa a se deteriorar com o tempo. É por isso que as obras de arte, especialmente em papel e fotográficas, não costumam ser exibidas por mais de um ano de cada vez. Nesse momento, é importantíssimo que o conservador verifique a limpeza da obra, a embalagem e as condições do depósito, pois a obra deve ser armazenada em um lugar seco com uma iluminação específica e longe de insetos. 



8. Outras medidas que galerias costumam tomar:


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Fonte:

Mental Floss 

National Gallery of Australia

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